terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quinhentismo

Quinhentismo é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, no momento em que a cultura europeia foi introduzida no país. Nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente brasileira pois ela ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral.  As manifestações ocorridas se prenderam, basicamente, à descrição da terra e do índio, ou a textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários que aqui estiveram.  Os principais cronistas desse período são: Pero Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo, Padre manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.

Literatura da informação
 Este tipo de literatura, também conhecido como literatura dos viajantes ou literatura dos cronistas, como consequência das Grandes Navegações, empenha-se em fazer um levantamento da “terra nova”, de sua floresta e fauna, de seus habitantes e costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. Daí ser uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. A principal característica da carta é a exaltação da terra, resultante do assombro do europeu diante do exotismo e da exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra transparece no uso exagerado de adjetivos. Dentre as obras mais importantes do período, a mais famosa é a Carta do descobrimento, de Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral. Escrito em 1500 e publicado pela primeira vez apenas em 1817, o documento, destinado ao Rei de Portugal, fala das terras brasileiras como se fossem o próprio Paraíso.

Literatura Jesuítica 
 Como consequência da Contrarreforma, chegam, em 1549, os primeiros jesuítas ao Brasil. Incumbidos de catequizar os índios e de instalar o ensino público no país. Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis pela melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em passagens bíblicas, e produziram documentos que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos. O principal instrumento de catequização foi o teatro, mas os jesuítas também produziram poemas sem finalidade catequética. Os principais jesuítas responsáveis pela produção literária da época foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário Fernão Cardim e o padre José de Anchieta.  Anchieta intentou conciliar os valores católicos com os símbolos primitivos dos habitantes da terra e com aspectos da nova realidade americana. O sagrado europeu ligava-se aos mitos indígenas, sem que isso significasse contradição, pois as ideias que triunfavam nos espetáculos eram evidentemente as do padre. O padre tentava mostrar através do teatro o valor da fé cristã, como por exemplo o Auto de São Lourenço, escrita pelo padre José de Anchieta. Nela, o autor conta em três línguas (tupi, português e espanhol) o martírio de são Lourenço, que preferiu morrer queimado a renunciar a fé cristã.

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